Racismo no Brasil

Pelé criticou postura do goleiro Aranha

O racismo no Brasil é “estrutural e institucionalizado” e “permeia todas as áreas da vida”. A conclusão é da Organização das Nações Unidas que publicou ontem seu informe sobre a situação da discriminação racial no País. No documento, os peritos concluem que o “mito da democracia racial” ainda existe na sociedade brasileira e que parte substancial dela ainda “nega a existência do racismo”. O texto coincide com a volta do debate sobre o racismo no Brasil por causa da expulsão do Grêmio da Copa do Brasil por atos de sua torcida contra o goleiro negro do Santos, Aranha.

Mas as constatações dos peritos são claras: os negros são os que mais são assassinados, são os que têm menor escolaridade, menores salários, maior taxa de desemprego e menor acesso à saúde. No entanto, são os que mais lotam as prisões e os que menos ocupam postos nos governos. Para a entidade, um dos maiores obstáculos para lidar com o problema é que “muitos acadêmicos nacionais e internacionais e atores ainda subscrevem ao mito da democracia racial”.  Isso é “frequentemente usado por políticos conservadores para descreditar ações afirmativas”.