Geleiras desaparendo

Parque nacional Sierra Nevada de Mérida 

Certos estragos cometidos pelas mudanças climáticas não têm mais conserto. Não adiantaria encerrar agora todas as emissões de gases de efeito estufa, ainda teríamos consequências drásticas e irreversíveis. Uma delas é o degelo em regiões tropicais. Geleiras de países mais próximos do Equador, que têm verões mais quentes e mais exposição ao sol do que aquelas além dos trópicos, estão derretendo a um ritmo visível ano após ano.

A Venezuela lidera a triste corrida para se tornar o primeiro país do mundo a perder todas as suas geleiras. Diversas outras nações, da Colômbia à Indonésia, de Uganda à Bolívia, vêm logo atrás nessa triste competição que lembra que países tropicais e subtropicais também têm montanhas nevadas — mas não por muito tempo.

Com 15 picos que superam os 4 mil metros de altitude, a Venezuela, além de tropical, caribenha e amazônica, é também um país andino. A porção mais setentrional da cordilheira dos Andes fica lá. Em Mérida, estado com cidades de bela arquitetura colonial, incrustadas nas montanhas, a altitudes bem acima dos mil metros e temperaturas que variam dos 13ºC aos 25ºC, a paisagem mudou muito.

A Sierra Nevada de Mérida é um parque nacional dedicado às montanhas mais altas do país. Mas uma área de proteção ambiental é impotente diante de problemas globais. Cercas e guardas são inúteis contra o aquecimento global, oras. Trinta e tantos anos atrás, a serra tinha cinco geleiras. Hoje, só resta uma, e ela está condenada. Publicou o  Uol