De acordo com a Secretaria de Estado de Segurança Pública e Defesa Social, apenas em Natal são roubados, em média, 23 veículos por dia. Entre 2016 e 2017, o aumento foi de 13% para este tipo de crime. A situação preocupa não apenas a população, mas as empresas que trabalham com seguros. Para o presidente do Sindicato dos Corretores de Seguros, de Capitalização e Previdência Privada do Estado do Rio Grande do Norte, Alderi Alves, quando os veículos têm um índice crescente de roubo, as pessoas procuram fazer seguro. Surge um problema porque as seguradoras, que fazem a prefixação dos preços, levam em consideração o coeficiente sinistro Premium. Uma regra que elas usam em cima de um resultado do que ela arrecadou em valores e o que pagou. Se os prejuízos aumentam, o preço também.
Para quem deseja fazer um seguro veicular, é importante lembrar que o valor não se restringe apenas a isso. “Os carros usados tem um coeficiente maior de custo que um novo. As seguradoras têm um acompanhamento comprovando que o veículo novo possui um sistema de segurança que, muita vezes, evita de haver sinistro”, enfatiza Alderi.
Por outro lado, quanto mais visado pelos bandidos, mais alto é o valor. Modelos como Hilux, Corolla e HB20 apresentam custo de seguro maior que os demais. Além disso, a recuperação de carros é muito menor após o roubo.
Projeto de Lei 3139/2015
Se não bastassem a crise que o país enfrenta e a insegurança, o mercado de seguro de veiculos ainda esbarra num outro impasse: a chamada ”proteção veicular”, comercializada por cooperativas e associações. Essas empresas vendem produtos que só podem ser fornecidos por seguradoras cadastradas na Superintendência de Seguros Privados, órgão ligado ao Ministério da Fazenda. As associações não tem provisionamento de recursos nem cálculo atuarial. O Projeto de Lei 3139/2015, do deputado goiano Lucas Vergílio proíbe esse tipo de atividade.
O time seguro
A Confederação Nacional das Seguradoras, em conjunto com a Federação Nacional dos Seguros Gerais, a Escola Nacional de Seguros, a Federação Nacional dos Corretores de Seguros e sindicatos regionais, criou uma campanha de esclarecimento ao consumidor sobre a atuação de associações e cooperativas. As entidades alertam que, por trás da fachada de um suposto seguro, o produto oferecido não conta com fiscalização do governo e não cumpre regras que assegurem os direitos dos consumidores. Saiba mais no http://otimeseguro.com.br/.
Valéria Araújo