Perda na literatura brasileira

“Não troco meu ‘oxente’ pelo ‘ok’ de ninguém” dizia Ariano

O céu ganhou, para nossa tristeza,  mais uma estrela no final da tarde desta quarta-feira. Escritor,  dramaturgo e, acima de tudo,  defensor ferrenho da cultura nordestina, Ariano Suassuna morreu aos 87 anos, de parada cardíaca provocada pela hipertensão intracraniana, segundo informou por meio de nota o Real Hospital Português do Recife, onde ele estava internado desde a última segunda-feira, 21, após sofrer um AVC. O velório está acontecendo no Palácio do Campo das Princesas, na área Central do Recife. Já o enterro será no Cemitério Morada da Paz, logo mais às 16h.

Mesmo com os problemas na saúde, ele permanecia em plena atividade profissional. “No Sertão do Nordeste a morte tem nome, chama-se Caetana. Se ela está pensando em me levar, não pense que vai ser fácil, não. Ela vai suar! Se vier com essas besteirinhas de infarto e aneurisma no cérebro, isso eu tiro de letra”, disse ele, em dezembro de 2013, durante a retomada de suas aulas-espetáculo. Em março deste ano, ele concedeu uma entrevista à TV Globo Nordeste sobre a finalização de seu novo livro, “O jumento sedutor”. Os manuscritos começaram a ser trabalhados há mais de trinta anos. Na última sexta-feira, Suassuna apresentou uma aula espetáculo no teatro Luiz Souto Dourado, em Garanhuns, durante o Festival de Inverno. No carnaval do próximo ano, o autor paraibano deve ser homenageado pela escola de samba Unidos de Padre Miguel, do Rio de Janeiro.