O Ministério da Saúde anunciou no último sábado uma importante parceria com a Universidade de Oxford e a farmacêutica AstraZeneca para a transferência da tecnologia mais promissora, até o momento, de combate ao novo Coronavírus. O investimento anunciado pelo Governo Federal prevê a adequação do parque produtivo de Bio-Manguinhos bem como a importação, produção e distribuição, via SUS, de um total já previsto de até 100 milhões de doses da vacina ChAdOx1 nCoV-19, liderada globalmente pela Universidade de Oxford.
No Brasil, o estudo clínico liderado globalmente pela Universidade de Oxford, contou com a articulação da Professora Doutora Sue Ann Costa Clemens, pesquisadora brasileira especialista em doenças infecciosas e prevenção por vacinas e investigadora do estudo. A Fundação Lemann financiou a infraestrutura de equipamentos e profissional para o início dos testes em São Paulo. Os testes já estão sendo conduzidos pelo Centro de Referência para Imunobiológicos Especiais- CRIE, da Universidade Federal de São Paulo sob liderança da Dra. Lily Yin Weckx, investigadora principal do estudo e coordenadora do CRIE-Unifesp.
O acordo do Governo Federal com a Embaixada Britânica e a farmacêutica AstraZeneca prevê a compra de lotes da vacina e a transferência de tecnologia. Se comprovada a eficácia da etapa de estudos clínicos em curso, inicialmente serão entregues 30 milhões de doses, em dois lotes: 15 milhões em dezembro de 2020, e 15 milhões em janeiro de 2021, com prioridade para grupos de risco e profissionais de saúde. Após as primeiras duas entregas, segundo o Ministério da Saúde, ainda poderão ser produzidas mais 70 milhões de doses para distribuição via Sistema Único de Saúde. No Brasil, a tecnologia será́ desenvolvida pela Fundação Oswaldo Cruz -Fiocruz, que será preparada para fabricar a imunização distribuída no país com a tecnologia estrangeira.